Guarda Municipal dispara balas de borracha e fere quatro moradores em Rio Claro
Na tarde de domingo (20), uma ação da Guarda Civil Municipal (GCM) de Rio Claro (SP) resultou em quatro moradores feridos após disparos com munição de borracha no bairro Oreste Armando Giovani. O caso ocorreu durante a apreensão de uma motocicleta.
Segundo a GCM, a abordagem aconteceu na Avenida 62A, após um motociclista ser flagrado realizando manobras perigosas e circulando com escapamento aberto. O veículo já havia sido apreendido na semana anterior. Ao tentar remover a moto novamente, os agentes relataram terem sido desacatados e impedidos por populares, o que levou ao uso da força.
Investigação e consequências
A Corregedoria da GCM instaurou um procedimento disciplinar para apurar se houve excessos na conduta dos agentes. O boletim de ocorrência foi registrado com as acusações de lesão corporal, desacato, ameaça, resistência e dano. O caso segue sob investigação do 2º Distrito Policial.
Imagens do incidente mostram um dos guardas ordenando que os moradores se afastassem. Em seguida, uma mulher se aproxima e desafia o agente, que dispara pelo menos três vezes.
O secretário de Segurança e Defesa Civil de Rio Claro afirmou que a atuação da GCM seguiu os protocolos, mas que eventuais excessos serão analisados. Caso seja comprovada conduta inadequada, os envolvidos poderão sofrer sanções, que vão desde advertências até a exoneração.
Relatos dos envolvidos
Ricardo Santos, um dos moradores atingidos, afirmou que a abordagem foi desproporcional e que pretende tomar medidas legais contra os agentes.
"Fiquei em choque, em pânico. Não esperávamos esse tipo de reação. Se fosse um profissional experiente, não teria ocorrido dessa forma", declarou.
A família das vítimas também compareceu à delegacia para registrar a ocorrência. No local do confronto, foram apreendidos três cartuchos de calibre 12, dois deflagrados e um intacto. A viatura da GCM foi danificada por uma pedra arremessada durante o tumulto.
A Prefeitura de Rio Claro informou que a GCM estava no bairro para fiscalizar abusos cometidos por motoristas e motociclistas. Já a Secretaria de Segurança Pública declarou que os guardas municipais foram atacados e que as partes envolvidas passaram por perícia no Instituto Médico Legal (IML).