{CASO RICHTHOFEN} RELEMBRE O CRIME QUE CHOCOU O PAÍS E QUE VIROU REFERÊNCIA PARA LIVROS E FILME



Suzane Von Richthofen mandou matar os pais junto com os irmãos Cravinhos em 2002. Acompanhe como estão hoje os envolvidos no crime.






O ano era 2002, um país inteiro comemorava a vitória da Seleção Brasileira na Copa Mundial em 30 de junho de 2002, a seleção consagrou-se pentacampeã mundial. O Brasil derrotou a Alemanha por 2 a 0 no Estádio Internacional Yokohama, em Yokohama, no Japão.


No mesmo ano, surgia na televisão brasileira, o reality show que viria a se tornar febre e o mais assistido do país: o Big Brother Brasil, que contou com duas edições no mesmo ano, sendo a primeira em janeiro de 2002 e a outra em maio do mesmo ano.


Não podemos esquecer que o ano foi marcado por perdas. O Brasil se despediu de um dos maiores nomes do espiritismo em 2002: Chico Xavier. Além dele, na música sentimos a perda do cantor Claudinho, que fazia dupla com Buchecha, que juntos formavam a dupla mais conhecida do Brasil naquela época.


Nesse clima de altos e baixos no Brasil, alegrias e tristezas, se desencadeia, nesse cenário um fato que marcaria aquele ano. O caso de Suzane Von Richthofen, a menina que mandou matar os pais.




Madrugada de 31 de outubro, quarta-feira, o policial Alexandre Paulino Boto, chegava para atender uma ocorrência em uma casa, localizada na rua Zacarias de Góes, número 232, no bairro do Brooklin, área nobre da zona Sul de São Paulo.


Era aproximadamente 04h09 quando o policial se dirigiu até os dois irmãos Suzane e Andreas Von Richthofen. Ao questionar os irmãos o motivo da ocorrência, a própria Suzane relata que eles haviam chegado a casa e se depararam com a porta da residência aberta e a biblioteca revirada. Assustados, os irmãos teriam saído de casa e resolveram chamar a polícia.


O policial Boto resolve fazer uma varredura na casa e ao entrar percebe que apenas alguns cômodos estavam revirados, enquanto outros estavam intactos. Ao passar pela suíte do casal ele se depara com um corpo, era de Manfred Albert Von Richthofen, um engenheiro, pai de Suzane e Andreas. O corpo estava com uma toalha em cima do rosto. Boto acredita se tratar de um suicídio, já que havia uma arma jogada ao lado da cama, próximo a mão de Manfred.


Ao acender a luz, o policial enxerga o segundo corpo. Era o de Marísia Von Richthofen, uma psiquiatra de renome em São Paulo e mãe dos irmãos Suzane e Andreas. O rosto estava enrolado com um lençol e com a cabeça ensacada.


Após atestar para a morte do casal, o policial Boto volta para rua, ainda sem saber como dar a notícia aos irmãos. Então, ele resolve mentir. Ao ser questionado por Suzane sobre os pais, o policial sustenta a versão de que ‘está tudo bem’. Logo se dirige a viatura e pede reforços para as viaturas e demais policiais. A essa altura, o policial levantava a seguinte história: Manfred teria matado a esposa e depois se suicidado.


Suzane questiona mais uma vez ao policial se estaria tudo bem mesmo, então, Boto começa a perceber que algo não está certo. Ele resolve fazer uma segunda vistoria na casa e dessa vez anula a suspeita de suicídio. O policial começa a acreditar que se trata de um latrocínio, roubo seguido de morte.


O policial resolve contar a Suzane sobre a morte dos pais. Na mesma hora chega Daniel Cravinhos, namorado de Suzane, que ao ser questionado por Boto, diz ser da família. Boto resolve chamá-lo no canto para dar a notícia a Daniel para que conte aos filhos. Ao ouvir a notícia, Daniel chega até Suzane e Andreas, conta que os pais estão mortos. Os três se abraçam e começam a chorar.


Nessa hora, o policial respeita o momento de luto dos três, mas algo estranho chama atenção de Boto. Suzane desfaz o círculo de abraço, arruma a roupa, ajeita o cabelo, se direciona até o policial e faz a pergunta: - Seu policial, e agora? O que eu devo fazer? Quais procedimentos tomar? – pergunta Suzane, de forma fria e quase que imediata. O policial ignora Suzane e entra na viatura.


Passados alguns minutos, o dia começa a amanhecer e chegam outros carros da polícia e do Instituto Médico Legal (IML). Suzane e os demais são encaminhados à Primeira Delegacia do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Por volta de 06h da manhã, o casal Suzane e Daniel já estavam prestando seu depoimento à delegada Cíntia Tucunduva Gomes.


Após o depoimento do casal, ao sair da delegacia, Suzane levantou uma suspeita. No Boletim de Ocorrência (BO) ela sabia exatamente quanto teria sido roubado da mala de seu pai, um fato que nem a perícia ainda tinha investigado. Antes de ir embora, a delegada perguntou a Suzane quem poderia ter cometido o crime e a suspeita foi levantada: a empregada!


Durante as investigações na casa e depois da análise dos corpos no Instituto Médico Legal (IML), a polícia já descartava o crime de suicídio e de latrocínio. A polícia já sabia que o crime teria sido cometido por mais de uma pessoa. E que a pessoa que cometeu o crime conhecia muito bem a casa.


Após interrogar as suspeitas do crime, a polícia chegou à conclusão de que não poderia ser nenhuma das pessoas listadas. As suspeitas fecham em Suzane e Daniel, mas a polícia ainda sentia que faltava alguém para fechar o ‘cerco’. Até que, a compra de uma moto Suzuki de 156 cavalos, comprada em dólares, direciona as investigações para Cristian Cravinhos, irmão de Daniel. 



A CONFISSÃO



Na mesma noite em que foi levantada a suspeita da compra da moto, Cristian foi chamado para depor na delegacia. Junto com ele são intimados a um novo interrogatório Suzane e Daniel. Por decisão da delegada, os suspeitos são interrogados simultaneamente.


Cristian tenta disfarçar, alega que os dólares são economias, frutos do trabalho dele. Mas, ao ser pressionado, ele confessa a participação no crime. Naquela noite, a delegacia fazia uma força-tarefa para interrogar os envolvidos, quando todos os trabalhos são interrompidos pela confissão de Cristian.


No mesmo momento, em outra área da delegacia estão Suzane e Daniel. Eles seguem negando o fato e a participação no crime. Até que são surpreendidos pela notícia de que Cristian havia confessado. Sem ter para onde escapar, Suzane e Daniel, confessam a participação nas mortes dos Richthofen.


A NOITE DO CRIME 




No dia 30 de outubro, terça-feira, Suzane sai de casa, vai à faculdade, assiste suas aulas do curso de Direito. Por conta do rodízio em São Paulo, ela chega em casa um pouco mais cedo. Depois se arruma e vai para a casa de Daniel. A noite volta para casa, participa do jantar e sai novamente para encontrar Daniel.


Após os pais dormirem, ela e Daniel voltam para casa para buscar Andreas. O menino sai de casa na surdina, sem que os pais saibam. Após saírem, eles deixam Andreas na lan house. Suzane diz para o irmão que vai ao motel com Daniel e que voltaria para buscá-lo depois. Mas, em vez de ir em direção ao motel, eles vão buscar Cristian, por volta das 23h20, e retornam para a mansão dos Richthofen.


Suzane estaciona o carro na garagem, abre o portão, sobe as escadas e de forma sutil acende a luz do corredor. A garota vai ao quarto dos pais, atesta que eles estão dormindo. Então desce e dá o sinal para que Daniel e Cristian subam e realizem os homicídios.


Os irmãos, armados com barras de ferro, sobem pelas escadas, entram no quarto do casal. Daniel vai pelo lado de Manfred, enquanto Cristian vai pelo lado de Marísia. Ao sinalizar um para o outro, eles começam a sequência de golpes na cabeça do casal. Marísia é a que mais sofre, no calor das pancadas, seu crânio é esmagado e a massa encefálica se espalha pela parede. Manfred morre na hora, em uma das pancadas, Daniel erra a cabeça e acerta a costela do engenheiro.


O crime acaba. Daniel entra em crise de choro, pede perdão a Manfred, já morto. Mas Cristian ouve um som parecido com um ronco, ele percebe que o som vem da boca de Marísia, enquanto agonizava. Desesperado, tentando silenciá-la, Cristian Cravinhos pega uma toalha no banheiro do casal e soca na boca de Marísia, ainda em uma tentativa de silenciar, ele joga água na boca da mãe de Suzane.


Depois de confirmarem a morte dos dois, Daniel coloca uma arma pertencente a Manfred perto de seu braço, ao lado da cama, com a tentativa de simular um suicídio. Eles cobrem o rosto de Manfred com uma toalha, já o de Marísia envolvem em um saco plástico de lixo, que havia sido deixado por Suzane na escada para que os irmãos depositassem as barras de ferro e suas roupas manchadas com o sangue dos pais.




Enquanto o crime acontece, Suzane aproveitava para roubar o dinheiro em espécie que havia na casa, guardado dentro de uma pasta de couro com código. Por não saber o código, ela vai até a cozinha e pega uma faca, corta a parte lateral da maleta e rouba o dinheiro. Eles bagunçam alguns cômodos da casa, para simular um assalto.


Depois de tudo armado, trocam de roupa, lavam os bastões ensanguentados na piscina e depois colocam tudo que foi usado no dentro de sacos de lixo.


Após o crime, o casal deixa Cristian perto do apartamento onde morava com a avó e seguem para o motel com o objetivo de forjar o álibi. Suzane e Daniel se dirigem para o motel Colonial, na avenida Ricardo Jafet, na região do Ipiranga, zona Sul. Escolhem uma suíte presidencial, pela qual pagaram cerca de 300 reais, pedem um lanche e em seguida vão embora. Daniel pede uma nota fiscal, curiosamente a primeira expedida pelo motel, pois nenhum dos clientes tem costume de pedir nota fiscal.


Saindo do motel eles voltam para buscar Andreas, levam o caçula para dar uma volta na mobilete de Daniel. Por volta das 4h, Suzane e Andreas retornam para casa. Ao chegarem à mansão, Suzane começa o teatro. “estranho”, – disse a irmã ao ver as portas abertas. Andreas entra na biblioteca e grita pelos pais. Na hora Suzane pede para que o irmão saia, lhe dando uma faca e ordenando-lhe que esperasse do lado de fora da mansão. Suzane continua a farsa, ela liga várias vezes para dentro da casa, esperando que seus pais a atendessem, ela faz isso na frente do irmão.


Por volta de 04h09, Daniel liga para a polícia. Disse que estava em frente à casa da namorada, que suspeitava de um assalto no lugar e pede a presença de uma viatura.




A CONDENAÇÃO 





Após terem confessado os crimes, os três foram levados a julgamento quatro anos depois. O julgamento durou aproximadamente uma semana inteira. A sentença só foi anunciada às 3h da madrugada do dia 22 de julho de 2006, pelo juiz Alberto Anderson Filho, que presidiu o julgamento iniciado no começo da semana, no dia 17, no Fórum Criminal da Barra Funda, na capital paulista.


Daniel Cravinhos foi condenado a 39 anos e seis meses de prisão. Cristian Cravinhos foi condenado a 38 anos e seis meses. Suzane Von Richthofen foi condenada a 39 anos.





COMO ESTÃO OS ENVOLVIDOS NO CASO ATUALMENTE SUZANE VON RICHTHOFEN 



Desde 2015, Suzane cumpre regime semiaberto. Em 2014 ela se casou com outra detenta chamada Sandra Regina Ruiz Gomes, conhecida como "Sandrão". Em setembro de 2021, a Justiça autorizou a saída de Suzane da prisão diariamente, em um horário estipulado, para cursar a faculdade de farmácia.




ANDREAS VON RICHTHOFEN 




Após a morte de seus pais, ele morou na Vila Congonhas com o tio Miguel e a avó materna Lourdes Magnani Silva Abdalla, que faleceu em 2006. Em 2011 se mudou para Zurique, Suíça. O caçula da família cursou Farmácia e Bioquímica na Universidade de São Paulo entre 2005 e 2009. Ingressou no doutorado em Química Orgânica em 2010 na mesma universidade, e recebeu bolsa de estudos do CNPq. As últimas notícias que se teve sobre o irmão de Suzane é que ele estaria nas ruas usando drogas.




DANIEL CRAVINHOS DE PAULA E SILVA 




Obteve em fevereiro de 2013 o direito de regime semiaberto, em que pode sair de dia para trabalhar e voltar à cadeia para dormir. Há relatos de que Daniel teria se casado com uma moça, as fotos circularam nas redes sociais.



CRISTIAN CRAVINHOS DE PAULA E SILVA 



Até recentemente, os irmãos Cravinhos eram inseparáveis. Daniel e Cristian permanecem na mesma penitenciária, mas já não dividem cela e não se falam. Como seu irmão, recebeu em fevereiro de 2013 o direito de regime semiaberto.





Até hoje as motivações do crime se divergem. Suzane diz que foi por amor, pelos pais não aceitarem seu relacionamento com Daniel. Já as investigações apontam que foi motivado pelo dinheiro 

e herança da família. Independente de tudo o que se sabe, é que foi um crime covarde, sem dar o direito das vítimas de se defenderem. 



Fonte: ABN





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